Sei que tenho andado muito ausente mas na verdade não encontrava um bom motivo para vir aqui escrever. Acho que ás vezes os acontecimentos da vida poderiam ser motivo para escrever e para desabafar também.
Como é o primeiro post de Novo Ano, o Natal correu bem e a passagem de Ano também. Algumas idas às urgências com a florzinha e restante família, mas isso fez parte da época-gripe.
Muitas prendinhas no sapatinho principalmente para a florzinha, os meus pedidos foram concretizados: um Ulmeiro bonsai e o jardim Zen, ambos muito esperados à já muito tempo.
O ulmeiro já tem folhinhas novas e espero saber cuidar deste bonsai (depois ponho aqui fotos).
Mas na verdade vim aqui mais para desabafar, escrever, escrever qualquer coisa. Um nova palavra surgiu no meu vocabulário: Alzheimer. Foi confirmada esta doença à minha mãe. Ela não está ao pé de mim, quis o destino que nos separássemos por motivos profissionais. Sempre que podia ia vê-la e os sinais da dita doença eram notórios à já algum anos. Mas a confirmação só agora chegou. Estou sem chão! Um choque, muitas lágrimas, parece que nada faz sentido. Muitas dúvidas, muita dor, muita revolta, impotente.... sem palavras.
Na verdade é minha madrasta mas sempre minha mãe. Não conheci outra. Sempre lhe ouvi dizer que "Parir é dor e criar é Amor". Resumindo "filhos fora do casamento". Naquele tempo, contra tudo e contra todos, ela aceitou-me como filha. Já sendo avôs,à 35 anos atrás, fui criada com todos os direitos que tinham os filhos e os netos. Já com os filhos criados, casados e a cuidar dos netos, eis que chega mais uma, pequenina e sem culpa de nada.
Homem de coragem o meu Pai. Mulher de coragem a mulher que hoje chamo Mãe.
Dava tudo para agora poder ser eu a cuidar dela. Mas a vida não me permite. Era altura de inverter os papeis: ela cuidou de mim e agora eu cuidava dela. No momento está mais perto de mim, a 50 km de distancia. Durante o dia, num Centro de Dia, à noite com a minha irmã e todos os dias no meu pensamento e no meu coração.
Não consigo escrever mais. Tenho os olhos cheio de lágrimas e um sentimento de impotência perante tudo.
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